"Colocar Alcanena no centro do país e às portas da Europa”
Convicta de que 2009 será um ano de oportunidades para o concelho de Alcanena, a candidata do PS à presidência da Câmara Municipal, Fernanda Asseiceira, afirma em entrevista ao “Acção Socialista” que gosta de desafios motivadores e exigentes e que se baterá por conquistar a confiança dos eleitores. Manifesta total disponibilidade para concretizar um projecto autárquico de futuro e de mudança, que dinamize o concelho e afirme todas as suas potencialidades.
Fernanda Asseiceira critica a falta de rigor orçamental e oportunismo eleitoralista do actual Executivo camarário, traça um esboço do seu programa eleitoral e enaltece as marcas deixadas pelo Governo socialista no seu concelho.
Fernanda Asseiceira critica a falta de rigor orçamental e oportunismo eleitoralista do actual Executivo camarário, traça um esboço do seu programa eleitoral e enaltece as marcas deixadas pelo Governo socialista no seu concelho.
Porque decidiu aceitar o desafio de ser candidata à presidência da Câmara Municipal de Alcanena?
Eu gosto de desafios, sobretudo quando são motivadores e exigentes. Sinto que posso fazer um bom trabalho como presidente da Câmara Municipal de Alcanena. Conheço bem todo o concelho, a sua realidade, as suas carências e as suas potencialidades. Gosto da política de proximidade, do contacto directo com as pessoas e com as situações e das dinâmicas que proporciona. Sinto que estou à altura das responsabilidades assumidas e é com toda a seriedade e empenho que executarei essa nobre função de ser a presidente de todos e todas os(as) munícipes do concelho de Alcanena, estando muito grata por todo o apoio que me têm manifestado.
Como é do conhecimento geral, nas eleições autárquicas de 2001 o Partido Socialista perdeu a Câmara de Alcanena, passando de 51,5% em 1997, para um desastroso resultado de 19,3%. Desde então, iniciámos um percurso de construção, de reconquista e de afirmação, quer do próprio partido quer do projecto político e autárquico no concelho, procurando, com sustentabilidade, entrar num novo ciclo. Em 2005 apresentámo-nos ao eleitorado com um projecto de mudança que nos permitiu atingir um resultado eleitoral de 27,1%, passando de um para dois vereadores. A candidatura independente que ganhou as eleições em 2001 com 57,8% em 2005, obteve 37,8%. Considerando o difícil mandato que o PS enfrentou durante esses quatro anos, foi no entanto possível melhorar os resultados em 2005 e quase chegar aos três vereadores.
É, pois, com toda a coerência, com determinação e com um rumo bem definido que pretendo dar continuidade a este projecto, por isso sou candidata, porque entendo que em 2009 estão reunidas melhores condições para atingirmos o grande objectivo de contribuir para que o concelho de Alcanena se afirme com o seu potencial humano, económico, cultural, patrimonial e territorial. A minha disponibilidade para abraçar e concretizar este projecto autárquico é total.
Como avalia a gestão autárquica da actual equipa independente?
Em primeiro lugar, assumo claramente que não acredito em candidaturas independentes. No concelho de Alcanena, teve origem em conflitos pessoais e político-partidários, como aliás nos outros concelhos em que existem. Em 2001, conseguiu forte adesão da população porque esta acreditou num projecto diferente, mas tem vindo a perder popularidade, como aliás já se verificou nas eleições de 2005. Na minha perspectiva falharam, e esta opinião é partilhada por muitas pessoas. Ficaram muito aquém das expectativas neles depositadas. Estou confiante que desta vez as pessoas do concelho de Alcanena conseguirão fazer a avaliação certa e ver quem realmente está verdadeiramente interessado em trabalhar pelo desenvolvimento do concelho e sobretudo concluir que é mesmo possível fazer muito melhor e concretizar mais projectos.
Do programa eleitoral da actual presidência, quais as promessas que ficaram por cumprir?
Quase tudo. Foram concluídos e inaugurados dois equipamentos que considero importantes para o concelho, mas que transitaram já do anterior mandato: o Centro Ciência Viva nos Olhos de Água e o Cine Teatro S. Pedro. Claro que, sendo o ano 2009 um ano de eleições, aguardamos para ver o que será feito com perspectivas eleitoralistas, procurando fazer esquecer três anos de quase total inércia. Os mandatos são de quatro anos e os projectos são adiados de ano para ano para concretizar algumas obras apenas no último ano. Isto acontece em todas as freguesias. Não nos parece sério.
O Partido Socialista teve a oportunidade de criticar esta actuação durante a discussão do Orçamento e do Plano de Actividades para 2009, tendo solicitado, através de requerimento, informação clara e objectiva do que foi concretizado em cada uma das freguesias durante estes três anos. As promessas continuam a ser feitas anualmente sempre que são apresentados e votados os documentos previsionais. Durante o ano a única coisa que acontece é o seu adiamento para o ano seguinte, até chegarmos a 2009.
Eu gosto de desafios, sobretudo quando são motivadores e exigentes. Sinto que posso fazer um bom trabalho como presidente da Câmara Municipal de Alcanena. Conheço bem todo o concelho, a sua realidade, as suas carências e as suas potencialidades. Gosto da política de proximidade, do contacto directo com as pessoas e com as situações e das dinâmicas que proporciona. Sinto que estou à altura das responsabilidades assumidas e é com toda a seriedade e empenho que executarei essa nobre função de ser a presidente de todos e todas os(as) munícipes do concelho de Alcanena, estando muito grata por todo o apoio que me têm manifestado.
Como é do conhecimento geral, nas eleições autárquicas de 2001 o Partido Socialista perdeu a Câmara de Alcanena, passando de 51,5% em 1997, para um desastroso resultado de 19,3%. Desde então, iniciámos um percurso de construção, de reconquista e de afirmação, quer do próprio partido quer do projecto político e autárquico no concelho, procurando, com sustentabilidade, entrar num novo ciclo. Em 2005 apresentámo-nos ao eleitorado com um projecto de mudança que nos permitiu atingir um resultado eleitoral de 27,1%, passando de um para dois vereadores. A candidatura independente que ganhou as eleições em 2001 com 57,8% em 2005, obteve 37,8%. Considerando o difícil mandato que o PS enfrentou durante esses quatro anos, foi no entanto possível melhorar os resultados em 2005 e quase chegar aos três vereadores.
É, pois, com toda a coerência, com determinação e com um rumo bem definido que pretendo dar continuidade a este projecto, por isso sou candidata, porque entendo que em 2009 estão reunidas melhores condições para atingirmos o grande objectivo de contribuir para que o concelho de Alcanena se afirme com o seu potencial humano, económico, cultural, patrimonial e territorial. A minha disponibilidade para abraçar e concretizar este projecto autárquico é total.
Como avalia a gestão autárquica da actual equipa independente?
Em primeiro lugar, assumo claramente que não acredito em candidaturas independentes. No concelho de Alcanena, teve origem em conflitos pessoais e político-partidários, como aliás nos outros concelhos em que existem. Em 2001, conseguiu forte adesão da população porque esta acreditou num projecto diferente, mas tem vindo a perder popularidade, como aliás já se verificou nas eleições de 2005. Na minha perspectiva falharam, e esta opinião é partilhada por muitas pessoas. Ficaram muito aquém das expectativas neles depositadas. Estou confiante que desta vez as pessoas do concelho de Alcanena conseguirão fazer a avaliação certa e ver quem realmente está verdadeiramente interessado em trabalhar pelo desenvolvimento do concelho e sobretudo concluir que é mesmo possível fazer muito melhor e concretizar mais projectos.
Do programa eleitoral da actual presidência, quais as promessas que ficaram por cumprir?
Quase tudo. Foram concluídos e inaugurados dois equipamentos que considero importantes para o concelho, mas que transitaram já do anterior mandato: o Centro Ciência Viva nos Olhos de Água e o Cine Teatro S. Pedro. Claro que, sendo o ano 2009 um ano de eleições, aguardamos para ver o que será feito com perspectivas eleitoralistas, procurando fazer esquecer três anos de quase total inércia. Os mandatos são de quatro anos e os projectos são adiados de ano para ano para concretizar algumas obras apenas no último ano. Isto acontece em todas as freguesias. Não nos parece sério.
O Partido Socialista teve a oportunidade de criticar esta actuação durante a discussão do Orçamento e do Plano de Actividades para 2009, tendo solicitado, através de requerimento, informação clara e objectiva do que foi concretizado em cada uma das freguesias durante estes três anos. As promessas continuam a ser feitas anualmente sempre que são apresentados e votados os documentos previsionais. Durante o ano a única coisa que acontece é o seu adiamento para o ano seguinte, até chegarmos a 2009.
O que tem feito o nosso Governo pelo concelho de Alcanena?
Tem feito muito e está disponível para fazer mais. Felizmente, podemos congratular-nos com a marca qualitativa do Governo do Partido Socialista, também no concelho de Alcanena.
O Centro Ciência Viva dos Olhos de Água foi comparticipado no âmbito do Programa Ciência Viva e na sua inauguração, para além da presença do senhor Presidente da República, contou também com a presença do ministro da Ciência Tecnologia e Ensino Superior.
O Cine-Teatro S. Pedro foi apoiado pelo Programa Operacional da Cultura e foi inaugurado pelo ministro da Cultura.
Merece também particular destaque no âmbito do Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social, o facto de o concelho ter sido contemplado com uma candidatura aprovada no âmbito do Programa PARES, o que permitirá a construção de um novo equipamento social (lar, centro de dia e creche) na freguesia da Serra de Santo António.
O Ministério do Ambiente, do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional, através do senhor secretário do Ambiente, tem desenvolvido um trabalho relevante na elaboração de um protocolo, no qual para além de se reconhecer os problemas, identificam-se finalmente soluções e contemplam-se as condições para a sua resolução, nomeadamente as financeiras. Isto com a responsabilidade da intervenção necessária assumida pelos três principais intervenientes: ao nível central pelo Ministério e ao nível local pela Câmara e pela AUSTRA.
Ao nível do Ministério da Administração Interna, e na sequência do reconhecimento já assumido da precária situação actual do Quartel da GNR, acredito também na resolução deste problema, estando ainda prevista, no âmbito deste ministério, a intervenção no Quartel dos Bombeiros Municipais.
É justo, sem dúvida, reafirmar que o Partido Socialista, com acções e com obras, continua a apostar no desenvolvimento do concelho de Alcanena.
Quais os principais problemas que identifica no seu concelho?
Os problemas estão há muito diagnosticados por todos. Tem faltado ao nível da gestão autárquica uma definição clara das prioridades e a determinação para a concretização dos projectos estruturantes. São também os problemas directamente associados a esses projectos que destaco: a falta de diversificação do tecido industrial tem arrastado o município para a estagnação económica. Há mais de dez anos que estão identificadas, num documento estratégico do concelho, as potencialidades do nó junto à A1. Passados estes anos todos, assistimos à dinâmica no concelho vizinho de Torres Novas e tudo parado no concelho de Alcanena. Este facto, aliado aos constrangimentos gerados por um Plano Director Municipal que não tem sido favorável ao desenvolvimento, tem sido fatal.
O actual PDM não representa a realidade do concelho nem a dinâmica territorial que deve ser promovida. Temos casais jovens que gostariam de ter ficado a viver nas respectivas freguesias e passaram a residir fora do concelho.
Ao nível ambiental temos um problema que é conhecido a nível nacional, tendo chegado já à Assembleia da República, através da forma de petição, discussão na qual participei em nome do Partido Socialista. Tenho acompanhado a situação de muito perto e estou muito atenta à sua evolução.
Os problemas que se sucedem com a gestão corrente do dia-a-dia e a falta de rigor orçamental têm outra dimensão, mas não são menos importantes, por isso merecem uma avaliação que não se enquadra neste espaço.
Ao longo dos anos tem-se instalado algum desencanto na população, que gostaria de ver o concelho agir e a interagir de outra forma.
Quais são as principais prioridades que tenciona colocar no seu Programa Eleitoral?
A resolução do problema ambiental que tem representado o (des)funcionamento da ETAR, causando graves problemas no leito do Rio Alviela, mas também escorrências e infiltrações no solo para além dos cheiros desagradáveis que ocorrem sobretudo durante a noite. Tem sido uma situação que se tem arrastado sem solução à vista ao longo dos anos. Sendo grave do ponto de vista ambiental, é também uma importante questão de saúde pública. Comprometo-me a dar continuidade e a cumprir, com prazos, o assumido no protocolo que está em vias de ser assinado.
É também uma prioridade o desenvolvimento económico associado ao planeamento e ordenamento territorial. Recordo o já afirmado na campanha em 2005. Queremos colocar Alcanena no centro do país, às portas da Europa. A proximidade do concelho ao nó da A1 com a A23 e a referenciação da área no PROT LVT como a Porta Norte de Lisboa são elementos estruturantes para o desenvolvimento de uma área empresarial com enquadramento intermunicipal. Será um dos principais projectos a concretizar.
Também numa perspectiva intermunicipal, a dinamização do norte do concelho, mais propriamente a freguesia de Minde em particular e o concelho em geral, quer em termos empresariais como turísticos, potencializando a grande proximidade à freguesia de Fátima.
Continuo a considerar fundamental o planeamento e ordenamento do território também ao nível das unidades industriais já existentes. Apesar das dificuldades sentidas, os sectores do calçado e têxtil, continuam a dominar a actividade industrial no concelho e por isso terão localmente como principal aliado a própria Câmara Municipal.
Na perspectiva do ordenamento e planeamento territorial, um Plano Director Municipal, que seja ele próprio, dinamizador do crescimento e do desenvolvimento local, permitindo a instalação das famílias e das empresas, promovendo a reabilitação urbana e dinamizando redes económicas, educativas/formativas, sociais, culturais e turísticas.
A dinâmica social está em crescendo, nomeadamente com a celebração de novos acordos de cooperação com a Segurança Social com novas instituições, que temos acompanhado e apoiado. Também as IPSS já existentes se afirmam cada vez mais, procurando novas valências. É esta a nossa orientação no sentido de apoiar e reforçar a rede social do concelho com mais respostas sociais e com melhores condições na prestação dos serviços às famílias: creches, apoio domiciliário, cuidados continuados.
O reordenamento da rede escolar será uma realidade. Assumirei a descentralização de competências na área da educação, criando condições para garantir no concelho instalações e equipamentos para uma escola pública de qualidade.
O desenvolvimento do turismo valorizando equipamentos e a própria localização em relação ao Parque Natural Serra D’Aire e Candeeiros.
Tenho acompanhado com particular preocupação também a questão da segurança no concelho. Continuarei a defender e a lutar por um equipamento que dignifique a GNR do concelho e que contribua para elevar os índices de segurança.
O que a leva a considerar que, desta vez, é possível inverter o sentido de voto e fazer com que Alcanena volte a ter uma presidência socialista?
Pretendo que a minha liderança no Partido Socialista no concelho marque a diferença. Diferença nas atitudes, apelando à participação cívica de todos e de todas; diferença nos valores, defendendo o respeito pelas pessoas e a sua valorização; e diferença nos projectos, promovendo dinâmicas locais e intermunicipais.
Na política assumi quatro compromissos fundamentais que continuarei a defender acerrimamente: determinação nas políticas; responsabilidade nas estratégias; transparência nos procedimentos; e ética nos comportamentos.
Acredito que a minha forma de ser, de estar e de trabalhar, já com provas dadas, sejam valorizadas e reconhecidas. Tudo farei para merecer a confiança dos eleitores. Uma vez na presidência, trabalharei mais para continuar a merecer esse voto de confiança.
Na sua qualidade de presidente da Comissão Política Concelhia do PS de Alcanena, qual o trabalho que tem desenvolvido?
O Partido Socialista já iniciou o processo autárquico com toda a transparência. Tem a candidata escolhida e legitimada quer pela estrutura distrital quer pela local e tem em curso a escolha dos candidatos às dez freguesias e a constituição das respectivas listas a todos os órgãos autárquicos.
Contando com todos os seus militantes, assumimos claramente uma estratégia de abertura a todos os cidadãos e a todas as cidadãs, que queiram integrar as nossas equipas e participar na construção e na concretização de um projecto mais ambicioso e mais participado, de um projecto que se torne motivador para criar as dinâmicas locais e as sinergias necessárias a um maior desenvolvimento organização de debates, participação nas iniciativas de organização local, sempre procuro privilegiar as acções de proximidade. Valorizo a presença e a comunicação pessoal. A dimensão do concelho, promove esta exigência.
O meu objectivo é construir o futuro do PS. Construir o futuro de Alcanena.
Nessa qualidade, em que ponto se encontra a escolha dos candidatos às juntas de freguesia?
Das dez freguesias que tem o concelho, o Partido Socialista lidera três. Como presidente da Concelhia já reiterei o meu apoio e a confiança política aos três actuais presidentes de junta do PS: Louriceira, Malhou e Serra de Santo António. Continuarão a ser os nossos candidatos em 2009.
O processo de escolha dos candidatos ou das candidatas às restantes freguesias, ficará concluído ainda durante este mês.
De que forma pretende desenvolver o trabalho com as freguesias?
As juntas de freguesia são parceiros privilegiados da Câmara Municipal. É assente num trabalho de grande parceria que consigo entender o exercício do poder autárquico.
Actualmente os protocolos existentes dizem respeito a transferência de verbas para assegurarem a manutenção das bermas e das valetas.
Pretendo desenvolver um trabalho de grande articulação e valorizar a sua função com a participação nos conselhos municipais (Educação, Social, Juventude, Segurança), com a criação dos Conselhos Sociais de Freguesia, com o estabelecimento de equipas móveis de apoio, com a criação de um gabinete de apoio logístico, administrativo, promovendo a mobilidade inter-freguesias, com a melhoria das acessibilidades e dos transportes, e, sobretudo, cumprindo o que em reuniões regulares for assumido de forma colectiva.
É desta forma que pretendemos trabalhar: coesos nas equipas, empenhados nos projectos, juntos na mudança.
Consulte aqui a versão integral do nº 1320 do Acção Socialista