O dirigente socialista começou por afirmar, em entrevista ao semanário Sol, que os “debates em Portugal são feitos com base em algumas tiradas ideológicas ou de estudos passados para os jornais, não são suficientemente aprofundados”.
“É por isso que o PS está a desenvolver a sua proposta política, precisamente no pressuposto de saber o país que quer em 2014”, assegurou.
Segundo João Ribeiro, o PS está a fazê-lo para ter “um quadro de referência estratégica que molde as propostas a serem executadas em duas legislaturas”.
Relativamente ao relatório do FMI, defendeu que espelha “uma enorme insensibilidade social”. “Isto é, há uma aplicação de uma matriz a uma realidade que tem pessoas, mas que as esquece. E isto não é um cliché. As reformas só têm sucesso se as pessoas compreenderem que isso é bom para o país e para os seus filhos”, acrescenta.
João Ribeiro asseverou que “o PS continua a construir a sua proposta política. Existem dezenas de grupos de trabalho, o debate está ainda em aberto. No momento certo, o PS apresentará as suas propostas”.
O secretário nacional do PS considera que o único caminho que o país pode seguir é o da “consolidação por via do crescimento”. “A prioridade não deve ser cortar despesa, mas sim criar condições para esta agenda de crescimento e emprego”, afirma, acrescentando que, “depois, são precisas medidas urgentes para travar ‘a espiral recessiva’”.
Defendeu que é “preciso ter uma voz na Europa, que permita a Portugal beneficiar de melhores condições para a consolidação das contas, aumentando os prazos, reduzindo os juros, diminuindo a pressão do serviço da dívida, criando um ambiente que permita que caminhemos rumo ao crescimento”.
João Ribeiro lembrou, ainda, que “o PS é, no quadro europeu e com exceção do Labour, o partido socialista com as maiores intenções de voto em toda a Europa”.