À margem da cerimónia de encerramento do Ano Europeu do Combate à Pobreza e à Exclusão Social, Helena André disse que Portugal pode contribuir para que o objetivo no combate à pobreza seja atingido.
“Estou convencida que se a nossa economia continuar a crescer como tem crescido até agora, se for um crescimento que, mais cedo ou mais tarde, seja gerador de emprego, nós podemos certamente contribuir com essa redução de 200 mil pobres” em Portugal, afirmou.
Helena André sublinhou que esse é o objetivo ao qual o executivo se comprometeu, mas que “não é um único e exclusivo do Governo, é um objetivo de toda a sociedade”.
“A luta contra a pobreza não se faz única e exclusivamente com dinheiro e o Estado tem no terreno uma série de medidas que são importantes”, adiantou.
Relembro, por exemplo, o grande investimento que o Estado está a fazer em relação ao desenvolvimento da rede de equipamentos sociais. Esse é um apoio indireto às famílias, é sobretudo um apoio muito importante na conciliação entre a vida familiar e a vida profissional”, afirmou.
Para Helena André, “ter a noção que se tem um equipamento social com qualidade, uma creche ou um lar onde se pode deixar os pais ou os filhos, é muito importante para que as mulheres e os homens possam continuar a participar ativamente no mercado de trabalho”.
“Porque é isso que nós queremos, que a inclusão no nosso país se faça através da actividade e se faça através da inclusão no mercado de trabalho”, afirmou.
O comissário europeu do Emprego, Assuntos Sociais e Inclusão também marcou presença e no seu discurso anunciou que vai propor a criação de uma plataforma europeia contra a pobreza e exclusão social.
“Vou avançar, no próximo dia 14, com uma proposta para a criação de uma plataforma europeia contra a pobreza e a exclusão social”, afirmou Lázló Andor na cerimónia de encerramento oficial do Ano Europeu do Combate à Pobreza e à Exclusão Social, em Lisboa.
De acordo com o comissário europeu, a plataforma “irá proporcionar uma moldura de ação e cooperação ao nível da União Europeia nesta área”.
“Para termos sucesso, precisamos de utilizar todos os instrumentos disponíveis ao máximo, como o Fundo Social Europeu (uma parte do fundo é destinada a promover medidas para promover a inclusão social). E este fundo social pode suportar o esforço para atingir o objetivo 2020”, disse.
A Estratégia Europa 2020 – sucessora da Estratégia de Lisboa para o crescimento e emprego – tem como aspetos principais a promoção do emprego, do crescimento inclusivo e da coesão social, sendo que um dos objetivos acordados a nível da União Europeia é reduzir em pelo menos 20 milhões, até 2020, o número de europeus expostos à pobreza e à exclusão social.